sábado, 26 de setembro de 2009

NIEBLA — 1247 e 1262

Os domínios do rei de Niebla, antes da campanha algarvia de Paio Peres Correia, estendiam-se para poente até à costa atlântica. Após ela ficaram muitos reduzidos a ocidente. Restavam-lhe aí algumas praças junto ao mar, como Faro, certamente a principal delas. A conquista de Aljarafe, em 1245, em que participou Paio Peres Correia, ao lado do infante Afonso de Molina, mais insustentável há-de ter deixado a posição de Ibn Mahfut, já que o isolava da restante Andaluzia. Em plena campanha preparatória do cerco de Sevilha (1247), de novo com a participação de Paio Peres Correia, empreende-se a conquista do reino.
Após a conquista de Sevilha, Fernando III confirmou Ibn Mahfut, que se passara para o seu lado e o ajudara, em Niebla, sob soberania sua.
Na Crónica Geral de Espanha, escreve-se que[1]:

E esto porque andava cõ el Abemafõ, que fora rey de Sevilha, ao qual el rey dõ Fernando prometera Exarez e Esnalfarag e Nebra, e outros lugares que eram comtheudos na preitesia que amtr’elles era firmada, a qual el teve muy cõpridamete.

Por seu lado, a Historia de España ensina[2]:

O último sobrevivente, Ibn Mafot, taifa de Niebla, tratou de conservar os seus domínios pelo mesmo processo que usaram os Banu Hud em Múrcia e os nasries de Granada: submeteu-se ao herdeiro de Castela, Afonso, que deste modo se viu convertido no soberano do último território do Islão.

A campanha que definitivamente integrou Niebla em Castela, essa data apenas de 1262. Dirigia ainda o reino Ibn Mahfut. Provavelmente, terá falhado algum dos compromissos assumidos para com Afonso X. Niebla caiu, depois de um cerco difícil, em que intervieram armas de fogo, em 12 de Fevereiro de 1262.
Não sabemos se Paio Peres Correia presenciou o fim deste seu inimigo de longa data.

[1] Pág. 490
[2] Tomo XIII, 2º vol., pág. 539.

Sem comentários:

Enviar um comentário