sábado, 26 de setembro de 2009

IRMÃOS DE D. PAIO PERES CORREIA NAS PROXIMIDADES DE FRALÃES

A lista completa dos filhos de Pêro Pais Correia é a seguinte: Paio Peres Correia (o Grão-Mestre de Santiago), João Correia, Martim Correia, Soeiro Correia, Gomes Correia, outro Paio Correia (o Alvarazento), D. Mor Peres Correia e D. Sancha Peres Correia.Por terras de Basto, mencionam-se uma vez, em 1258, a esposa do filho Gomes Correia e uma outra vez os «filhos de Soeiro Correia». Nada mais. É bem diferente o que se passa cá por baixo.
Gomes Correia, afinal, fora criado em S. João de Bastuço e a sua esposa viveu no Louro, cercanias de Fralães, que continua a ser o lar, o ponto de partida(1). À sua esposa, mulher com certeza muito rica, chamavam D. Maria de Fralães. Será que foi Gomes Correia quem herdou a casa?
Soeiro Correia, esse viveu por algum tempo em Nine:
Foram aí acolhidos João Lourenço da Cunha e Gonçalo, filho de João Correia, e Estêvão Martins, filho de Martim Jejuno, e Soeiro Peres Correia.
Sabendo que os Lourenços da Cunha pertenciam à primeira nobreza, vê-se que estava bem acompanhado. Soeiro Correia virá a ter um genro do Louro, João Pires Velho, familiar com certeza de um Soeiro Pires Velho que se sabe que recebera João Peres Correia em Grimancelos.
João Peres Correia é assinalado então em Grimancelos, mas também em Remelhe e em Santavaia de Arnoso.
D. Mor Pais Correia casa para Molnes, hoje Remelhe. O seu marido, Estêvão Peres de Molnes, é mencionado; ao menos um dos seus filhos, Lourenço Esteves de Molnes, aparece em Remelhe, tendo protagonizado um amádigo.
A presença de vários dos irmãos de Paio Peres Correia é assim assinalada na região:
João, em Grimancelos, Arnoso e Remelhe; Soeiro, em Nine; Gomes, em S. João de Bastuço; (o marido de) D. Mor, em Molnes. Seriam crianças de Fralães. É de crer que com os outros acontecesse o mesmo, já que seria aí o lar paterno.
João Correia, na idade adulta, continua a defender por cá interesses seus.
A mulher de Gomes Correia, «D. Maria de Fralães», recebe uma renda no Louro, porque por aí passou ao menos parte da infância. Seria das redondezas.
Verifica-se pois que o paço de Fralães (mencionado numas inquirições de D. Dinis como o paço de Paio Soares Correia) foi da maior importância para os antepassados imediatos e para os irmãos de D. Paio Peres Correia, pesem embora as razões que poderiam opor-se a esta constatação.
Sendo assim, deverá aceitar-se que ele aqui terá passado os longos e doces anos da infância, que por aqui se terá feito homem e que a Fralães se terá mantido sentimentalmente ligado ao longo das andanças variadas e tantas vezes guerreiras da sua vida.
Tudo isto configura uma situação que faz sentido se admitirmos a residência de Pêro Pais Correia em Fralães – onde lhe terão nascido os filhos.

(1) Este Gomes Correia «teve também uma acção importante na reconquista. Em 1243, aparece a confirmar um privilégio do príncipe D. Afonso em que são doadas à Ordem de Santiago as vilas de Galera, Orce, e outras próximas, como recompensa dos serviços prestados aquando da reconquista de Chinchila, e no mesmo ano, quando o futuro rei sábio confirma a doação dos castelos de Serra e do Alto Segura à Ordem de Santiago, Gomes Pires fica tenente de importante praça de Cieza» (Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval, vol. III, Centro de História da Universidade do Porto, Porto, 1989, pp. 1030-1).
«Foi casado com Maria Anes Redondo I, filha de João Pires Redondo I, um dos cavaleiros beneficiados no «Repartimiento» de Sevilha, e de Gontinha Soares de Melo» (loc. cit.).

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